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segunda-feira, 26 de março de 2012

Balão de festa de aniversário ameaça gás hélio de extinção



O cientista Oleg Kirichek, que pesquisa feixes de nêutrons no Reino Unido, recebeu uma notícia desagradável na semana passada. Um de seus principais experimentos, projetado para investigar a estrutura da matéria, teve de ser cancelado por falta de gás hélio. As informações são do jornal britânico "The Guardian". O gás é utilizado para resfriar os átomos para cerca de -270ºC, reduzindo suas vibrações e os tornando mais fáceis de estudar. Segundo Kirichek, pesquisas que investigam estrutura da matéria, aparelhos de ressonância magnética e outros dispositivos avançados que utilizam o gás podem em breve ter que reduzir as operações ou até mesmo pararem porque há desperdício de gás hélio. O principal vilão são os balões de festa. O gás hélio é abundante no universo, mas raro no planeta Terra. Em São Paulo, um botijão para encher cem balões custa cerca de R$ 120,00. "Colocar gás hélio em balões de festa e deixá-los escapar para a atmosfera ou o usarmos para deixar nossa voz ficar estridente [outro uso divertido do gás] é muito, muito estúpido. Fico realmente irritado com isso", disse o cientista. O hélio é um gás inerte que não reage com outros produtos químicos e é, portanto, seguro de manusear. É importante para a ciência porque, mesmo a temperaturas extremamente baixas, não se solidifica e assim pode ser usado, em forma líquida, para resfriamento, um recurso vital para cientistas que trabalham em muitos campos. Na Terra, há uma oferta limitada de hélio. Essencialmente, existem bolsões de gás próximos à camada de petróleo e, durante a perfuração, o gás sobe à superfície. Na década de 1920, os EUA decidiram que o gás hélio seria um recurso estratégico. Na época, ele era usado em aeronaves. Nos últimos anos, a procura aumentou e os estoques começaram a se esgotar. Ironicamente, o hélio é o segundo elemento mais abundante no universo, perdendo apenas para o hidrogênio.

Por que ingerir gás hélio deixa a voz fina?
Para matar a charada é preciso recorrer a uma das mais importantes leis da física, aquela que diz que "quanto mais densa a molécula, menor sua velocidade". O hélio, usado para encher balões, é sete vezes mais leve do que o ar que respiramos. Assim, quando ingerido, ele faz com que a velocidade com que a voz humana se propaga seja maior. Mas isso é apenas um pedaço da explicação. A segunda parte da resposta está em outro ramo da física, a acústica. Quando aumentamos a velocidade do som, elevamos conseqüentemente a sua freqüência (número de ondas sonoras formadas por segundo). "O raciocínio é simples. Imagine que, todos os dias, você caminhe em volta de um quarteirão por uma hora numa velocidade X. Se você dobrar a velocidade, e continuar dando voltas por uma hora, vai elevar o número (ou freqüência) de voltas ao redor do quarteirão. A mesma regra vale para a velocidade e freqüência do som", explica Luiz Nunes de Oliveira, professor do Instituto de Física de São Carlos (USP). Aumentando a freqüência, a voz tende a se tornar mais aguda e a soar bem estridente, como a voz do Pato Donald nos desenhos animados. "Do mesmo jeito, se um gás mais denso que o ar for ingerido, ele diminui a velocidade e a freqüência do som, e a voz engrossa, ou seja, se torna mais grave", afirma Luiz.
  
Fonte: Blog L'Amore Mio Per Sempre/Blog Tuto Mania/You Tube/Blog Diniz K-9


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