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quinta-feira, 1 de março de 2012

Em GO, avó deixa de pagar pensão alimentícia por 6 meses e vai presa


Há 3 anos idosa assumiu responsabilidade no lugar do filho desempregado.
Moradores de Vianópolis se uniram para arrecadar R$ 1.500 e pagar a dívida.


Idosa de 74 anos deixou de pagar pensão por seis meses e foi presa. (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Idosa de 74 anos deixou de pagar pensão por seis
meses e foi presa. (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Uma mulher de 74 anos ficou presa por mais de 30 horas por atrasar o pagamento da pensão alimentícia dos netos. O caso aconteceu em Vianópolis, município de 12.548 habitantes, a 95 km de Goiânia. Comovidos, os moradores da cidade se uniram, pagaram o valor da pensão atrasada e Luzia foi solta no fim da tarde de quarta-feira (29).
Há três anos a aposentada Luzia Rodrigues Pereira paga a pensão para os quatro netos. Há seis meses parou de ajudar, devido a problemas financeiros. Ela assumiu perante a Justiça a responsabilidade de pagar a pensão no lugar do filho, que está desempregado e não trabalha.
Além da idade avançada, Luzia tem problemas de saúde como hipertensão e labirintite. “Eu ganho só R$ 272. Então, tomo remédio controlado e seis remédios diferentes. Não estou podendo comprar nem os meus remédios agora. Não estou em condições de pagar a pensão”, explica.
Legalidade
O delegado Edson Luiz da Silva disse que a prisão é legal e que a aposentada só poderia ganhar a liberdade depois que negociasse o pagamento da dívida de pouco mais de R$ 1.500 com a nora que a denunciou. “Dentro do processo ela foi condenada a pagar essa pensão alimentícia. Não existe outra forma, atualmente, a não ser essa”, afirma.
A chegada de Luzia à cadeia de Vianópolis causou estranheza e deixou os detentos surpresos. “Na hora em que eles chegaram com ela aqui, eu nem acreditei. Pensei que ela estivesse fazendo uma visita ao presídio. Só que mandaram entrar em uma cela. Eu não acreditei. Pelo fato de a gente ter mãe, então doeu muito na gente”, afirma um dos detentos.
Polêmica
O caso provocou polêmica nas ruas da pequena Vianópolis. O comerciante Rogério Caixeta destaca que a mulher já tem mais de 70 anos de idade. “Ela não faz mal a ninguém. Ela simplesmente assinou alguma coisa em benefício do filho. Não sabia que ia ser tão prejudicada desse jeito”, diz.
Uma das filhas, Salete Auxiliadora Pereira, expressou a indignação da família. “Tem tanta gente solta que deveria estar na cadeia. Mas é mais fácil colocar uma senhora de 74 anos do que um bandido, um político. Então, fazer o quê?”.

 

Pacientes do SUS relatam problemas mesmo em cidades bem avaliadas



G1 visitou centros de atendimento médico em oito cidades avaliadas.
Mesmo nas que tiveram boas notas, usuários fazem reclamações.

Do G1, em São Paulo

Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) nas cidades mais mal avaliadas no ranking divulgado nesta quinta-feira (1º) relatam situações de caos e dificuldades no atendimento que chegam a lembrar “cenário de guerra”, segundo pacientes. Mesmo em cidades que foram mais bem avaliadas pelos usuários, entretanto, é possível ouvir reclamações de que a boa nota não é necessariamente sinônimo de atendimento bom, e alguns pacientes relatam espera de mais de 3 horas por atendimento.
Lotação em sala improvisada para atendimento de pacientes em hospital de Fortaleza é chamada por pacientes e visitantes de "piscinão" (Foto: André Teixeira/G1)Lotação em sala improvisada para atendimento de pacientes em hospital de Fortaleza é chamada por pacientes e visitantes de "piscinão" (Foto: André Teixeira/G1)
G1 visitou hospitais de oito das cidades que se destacaram no ranking divulgado pelo governo, e entrevistou pacientes que buscavam atendimento médico. A longa espera foi a principal reclamação ouvida em postos médicos da rede pública de Vitória, Curitiba, Ribeirão Preto e Arco Íris – que ficaram nos primeiros lugares da lista. Já nas cidades com pior avaliação - Fortaleza, Rio de Janeiro, Distrito Federal e João Pessoa-, as reclamações incluem falta de leitos, fila de pessoas no chão do hospital, alagamentos dentro dos locais de atendimento e uma situação que “parece que houve a terceira guerra mundial”, segundo uma paciente ouvida em Fortaleza.
As mais bem avaliadas
Vitória -
 Em dois centros de pronto-atendimento de Vitória (ES), vários pacientes contestaram a posição da cidade no topo do ranking divulgado pelo governo. A principal reclamação ouvida foi a respeito da espera, que passava de duas horas para alguns pacientes. "Estou há mais de 3 horas esperando ser atendida, com muita dor no pé", disse a dona de casa Jamara Batista.
Capitais (Grupo 1)IDSUS 2012
Vitória7,08
Curitiba6,96
Florianópolis6,67
Porto Alegre6,51
Goiânia6,48
Belo Horizonte6,40
São Paulo6,21
Campo Grande6,00
São Luís5,94
Recife5,91
Natal5,90
Salvador5,87
Teresina5,62
Manaus5,58
Cuiabá5,55
João Pessoa5,33
Fortaleza5,18
Brasília5,09
Maceió5,04
Belém4,57
Rio de Janeiro4,33
Curitiba - O tempo de espera também é a principal reclamação em Curitiba, que ficou em segundo lugar no ranking. Nos Centros Municipais de Urgências Médicas (CMUM), os adultos precisavam esperar três horas e vinte minutos para serem atendidos. A comerciante Maria Sueli Firmino Moraes esperou uma hora e meia para que sua mãe, de 82 anos, fosse atendida.

Ribeirão Preto - A vendedora Dinamar Silva, de 42 anos, aguarda desde janeiro por uma consulta para o filho de 16 anos . “Eu marquei uma consulta para mim em janeiro e sabe para quando eles agendaram? Para julho”, relata. Com todas as cadeiras da sala de espera ocupadas em um hospital de Ribeirão Preto, algumas pessoas tiveram queaguardar atendimento em bancos na parte externa da unidade, sob calor de 36,4ºC.
Arco-Íris - Cidade de SP com 1.925 habitantes não vive a realidade de filas para conseguir senha, espera de horas pelo atendimento médico e outros problemas comuns na saúde pública em boa parte do país.

As mais mal avaliadas
Rio de Janeiro –
 Longas filas de espera, equipamentos quebrados e falta de profissionais são as principais reclamações de pacientes que procuram por atendimento médico nos hospitais da rede municipal de saúde do Rio. OG1 visitou duas das maiores emergência da rede pública de saúde carioca. Segundo parentes de pacientes, em alguns casos, o atendimento é feito em corredores e em macas no chão, ou até mesmo em cadeiras.

Distrito Federal - A capital recebeu a segunda pior nota no ranking de avaliação do sistema público de saúde. No Hospital de Base de Brasília, principal instituição da rede pública no DF, pacientes disseram que chegam a esperar atendimento sentados no chão.

Fortaleza - Os pacientes e familiares do Hospital Geral de Fortaleza, no Ceará, descrevem a sala improvisada de atendimento na recepção do hospital como um "cenário de guerra". No hospital, uma das alas do hospital é chamada entre os pacientes e visitantes como "piscinão", devido à lotação. Ainda de acordo com os pacientes, quando chove, a água invade a sala e molha os internos.

João Pessoa - Pacientes que dependem do SUS para se tratar em João Pessoa sofrem por conta da falta de medicamentos e de equipes médicas, além de enfrentar a superlotação dos princiapais hospitais públicos e até uso indevido de ferramentas domésticas em procedimentos cirúrgicos.

Arte IDSUS 2012 (Foto: Editoria de Arte/G1)