Com os direitos políticos cassados até 2027, o ex-senador Demóstenes Torres enfrenta agora outra crise: ele pode ser demitido do cargo de procurador de Justiça em Goiás por conta do seu suposto envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) decidiu na última quarta-feira, por unanimidade, abrir um processo administrativo contra Demóstenes. Ele entrou na carreira em 1983, mas estava licenciado desde 1999 e voltou a exercê-la nove dias após perder o mandato, em julho deste ano. No voto, o corregedor-geral do MP, Jéfferson Coelho, considerou as acusações “graves”, utilizando as escutas telefônicas da Operação Monte Carlo da Polícia Federal como provas. Ele considerou ainda que o ex-senador usou também a influência de procurador para beneficiar o esquema de jogos ilegais. Demóstenes está afastado da função desde o dia 10 por decisão do Ministério Público de Goiás. Ele continuará fora do trabalho, no mínimo, pelo prazo de 60 dias. O processo prevê penas que vão desde uma advertência até a demissão da carreira. Mesmo em caso de pena máxima, ele pode vir a continuar recebendo o salário integral de R$ 24,1 mil mais benefícios até o fim da vida, pois, como ingressou na carreira antes da Constituicão de 1988, a perda da vitaliciedade do cargo não é automática. Caso ocorra a demissão, caberá ao CNMP se reunir para fazer uma avaliação específica sobre essa situação atípica.
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Demóstenes (Foto: Antônio Cruz/ABr/ABr)