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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Babá diz à polícia que dava beliscões em menina de dois anos para educá-la


Babá suspeita de agredir criança foi presa no dia 12 de julho (Foto: Reprodução/G1)Depoimento de babá suspeita de agredir criança
divulgado pela polícia (Foto: Reprodução/G1)
Em depoimento ao delegado Fábio Corsino, da Delegacia da Crianças e do Adolescente Vítima (Dcav), no Centro do Rio, a babá suspeita de agredir uma menina de 2 anos confessou que puxava o cabelo e dava beliscões nela, mas que só fazia isso como forma de educá-la. Na tarde desta quinta-feira (14), o delegado divulgou o conteúdo do depoimento.
O delegado espera ouvir ainda nesta quinta na delegacia o depoimento da empregada da família que, ao se demitir, denunciou à mãe da criança as agressões da babá.
No depoimento que prestou na terça-feira (12), quando foi presa no apartamento da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde trabalhou, ela conta que a menina era muito mimada e que há cerca de dois meses, quando nasceu seu irmão, ela ficou pior. Foi quando, segundo contou na delegacia, resolveu educá-la como se fosse filha dela.
No depoimento de uma página, ela explica que começou a trabalhar com a família da menina quando ela tinha dois meses, em agosto de 2009, e que já tinha trabalhado como babá em outras três casas, mantendo ainda hoje contato com as ex-patroas. A babá ganhava cerca de R$ 2.500 por mês para cuidar da criança.
Ela explica, no depoimento, que começou a sentir dores em junho passado e que foi ao médico, que constatou que ela tinha um mioma e não poderia engravidar. Mas ela explica ao delegado, segundo o depoimento, que esse fato nada tinha a ver com o tratamento que dava à menina.
Ela chega a dizer ao delegado que não tinha explicação para suas atitudes com a garota a não ser seu desejo de educá-la. A babá, respondendo ao delegado, diz em depoimento que não quebrou a câmara instalada pelos pais da garota para monitorá-la, mas apenas mexera nela por curiosidade.
Delegado rebate especialistas
"Os especialistas estão investigando imagens; eu estou investigando o caso", disse o delegado Fábio Corsino, em resposta a especialistas que disseram em jornais nesta quinta não ter visto nas imagens divulgadas pela polícia sinais de agressões da babá.
Ele explicou que as imagens apenas reforçam depoimentos como o dos pais da garota e de uma empregada que se demitiu com poucos dias de casa e que avisou aos pais sobre as agressões da babá.
"Não fui precipitado. O juiz decretou a prisão da babá com base no inquérito policial que teve o referendo do Ministério Público", disse Corsino.
Ele conta que nas imagens das câmaras há cenas da babá arrastando o sofá para fazer uma barreira e não ser filmada e aí poder bater na criança. Segundo o delegado, a mãe da criança chegou a ver essa cena, o que a levou a demitir a babá.
O delegado explica que a empregada que se demitiu relatou em depoimento informal, que a babá sabia das câmeras, por isso agredia a criança no quarto de empregada, nos banheiros, onde não havia câmeras, e atrás do sofá, onde a câmera não alcançava.
A empregada está sendo aguardada para prestar depoimento formal ao delegado ainda nesta quinta-feira.
"Quem espera ver sangue nessas imagens não verá, pois a babá sabia que era filmada e agia de forma dissimulada. Mas há imagens de agressões repetidas", diz o delegado.
O delegado espera concluir o inquérito em 30 dias. Para isso, além de examinar todas as imagens, pretende ouvir as três ex-patroas da babá e ter em mãos o laudo dos psicólogos que estão avaliando o estado mental e emocional da criança.
Ele conta ainda que a empregada que se demitiu, ante a insistência da patroa em saber o motivo, contou sobre as agressões. A patroa então perguntou se ela relataria o fato em frente da babá. Ela concordou e, segundo o delegado, há imagens da empregada de joelhos na cozinha, diante da babá e da patroa, dizendo que queria que Deus levasse seus filhos se estivesse mentindo.
O delegado informou na terça-feira (12) que a babá será indiciada por tortura. No final da tarde de terça, a babá foi encaminhada para a penitenciária de Bangu 8, na Zona Oeste do Rio. O delegado explica que a pena para o crime de tortura pode variar de 2 a 8 anos de prisão. Em casos em que a vítima é uma criança, a detenção pode aumentar para mais 1/6 a 1/3 da pena

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