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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Casal processa Igreja Universal após doar bens para a “fogueira santa” mas não ter a cura prometida para o filho.


Uma família de Nova Ponte, no Triângulo Mineiro, entrou na justiça contra a igreja Universal. Ela teria sido enganada com a promessa da cura do filho, que tem vários problemas de saúde.
Um casal da cidade tem um filho de cinco anos. A criança nasceu prematura e aos dois meses teve hidrocefalia, uma doença no cérebro. Depois ele contraiu meningite cinco vezes e acabou com paralisia cerebral.
Segundo o pai da criança, o operador de máquina Wederson Reis da Silva, a doença não tem cura. “Só Deus mesmo”, comenta.
Em 2009, quando o filho tinha três anos de idade, os pais acreditavam em uma cura divina, baseada na fé. O incentivo teria vindo de um pastor de uma igreja Universal do Reino de Deus, em Nova Ponte. “Na época eles pediram que a gente participasse da fogueira santa”, lembra Wederson.
Mas para participar da fogueira santa, os pais teriam que doar bens materiais e dinheiro à igreja. “Teríamos de doar nossos bens mais valiosos como carro, jóias. Demos R$800 em dinheiro”, conta o pai da criança.

Só que a cura prometida não veio. O filho do casal continua do mesmo jeito e ainda com prejuízos materiais. Sem carro e sem dinheiro, a situação da família ficou ainda mais difícil. A mãe, Paola Amália Souza, diz que não tem como levar o filho ao médico porque não tinha carro e também não tinha dinheiro para pagar o aluguel. “Me sinto enganada”, desabafa.
O pastor que teria supostamente enganado a família com promessas milagrosas de cura e cobrado por isso já não mora mais na cidade. Mesmo assim, chateados, os pais ainda em 2009 contrataram um advogado e entraram na justiça.
Nesta quinta-feira (28) foi realizada no fórum de Nova Ponte, a primeira audiência entre a família e representantes da igreja Universal. O advogado da família, João Paulo Nunes, disse que vai pedir indenização por danos morais e a devolução dos bens doados à igreja.
A igreja Universal mandou uma representante e um advogado de Belo Horizonte, mas nenhum deles quis gravar entrevista. A audiência durou quase duas horas. Testemunhas dois lados foram ouvidas.

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