Ao inaugurar o terminal multiuso do Porto de Pecém, no Ceará, a presidenta Dilma Rousseff disse que o governo continuará fazendo investimentos para que o Brasil se torne exportador de produtos com valor agregado. Dilma ressaltou que diante da perspectiva de grande produção de petróleo, com a exploração das reservas do pré-sal, é inadmissível que o Brasil se torne apenas um exportador de óleo bruto.
"Nosso país não pode ser exportador de óleo bruto. Tem que ser exportador de produtos com valor agregado", disse a presidenta.
Dilma reiterou que, diante da crise, o Brasil será capaz de gerar oportunidades internas e voltou a criticar o comportamento de países do centro do capitalismo, que usaram recursos governamentais para salvar bancos arruinados.
"Em vez de resgatarem as pessoas, resgataram o sistema financeiro. Hoje não entendem por que não conseguem gerar emprego", disse a presidenta. “Isso levou a processos especulativos e ao endividamento das pessoas", ressaltou ela, ao voltar a dizer que o país não entrará em recessão por conta das turbulências internacionais.
Para Dilma, a inauguração do terminal e também de refinarias construídas no Nordeste significa um rompimento da ideia – classificada por ela como atrasada – de que a região não pode ter indústria pesada.
"É contra uma ideia muito forte de que o Nordeste não poderia ter siderúrgica, não poderia ter indústria pesada, que o Nordeste tinha que se conformar em ser o que era. É muito difícil lutar contra a inércia. Isso aqui é uma vitória contra inércia. É uma vitória contra armadilha de submissão ao pensamento que não olhava para a questão regional do país."
Além do terminal, a presença de Dilma no Ceará marca o início das obras de uma siderúrgica integrada ao porto. A presidenta também participa hoje, à tarde, da inauguração de uma policlínica no município de Pacajus.
Luciana Lima
Repórter da Agência BrasilEdição: Juliana Andrade
F - AGÊNCIA BRASIL
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