Retornei em visita a Fortaleza - a mais bem estruturada capital do Nordeste, embora não tão bem cuidada como merecida se faz em alguns aspectos.
Em busca de eventos culturais e na expectativa de assistir a um bom espetáculo dirigi-me ao Centro Cultural Dragão do Mar. Qual quê! Quedei a contemplar um joguinho de capoeira aqui, um “hip-hop” mal dançado ali e grupinhos de jovens, maioria vestindo preto – cor predileta das “tribos”, deduzi. Jovens de comportamento que entre eles normal, mas para muitos presentes, que de outros tempos, um tanto de gosto extravagante. Adiante, grupos de meninas, menores, portando litros de vinho (aparentemente) entornavam o estranho líquido sem cerimônia enquanto algumas rolavam abraçadas na grama umedecida pelo sereno. Notadamente estavam alteradas pelo consumo daquele produto. Não percebi consumo de outras drogas. Umas, aos beijos entre si, o que não é mais de se estranhar, pois basta que liguemos as nossas TVs que o beijo entre o mesmo sexo já é aceito. Mas já tão precocemente?... “Meu Deus, como é que pode!!!”, foi o que mais ouvi dos não afeitos, que abismados se entreolhavam enquanto eu permeava entre eles a observá-los. Para mim, novos tempos, nada a reprovar. Que vivam e amem! De espetáculo cultural mesmo nada de interessante e, sem motivação, retornei ao hotel.
Dia seguinte, ainda no período de férias e com número considerável de turistas a transitar pelas ruas e avenidas da orla quando, por volta de 10h30min, com o sol quase a pino, percebi um grupo de crianças da mais tenra idade, descontraídas e postadas na calçada próxima a um cruzamento na Avenida da Abolição. Ao sinal fechado duas delas – uma com cerca de cinco e outra com sete anos, quando muito – permaneciam (foto): uma agachada de joelhos e a outra sobre ela a fazer malabarismo e a mendigar gorjetas dos motoristas que paravam e contemplavam gesticulando a cabeça em desaprovação quase unânime. Cena chocante! Além do risco e da humilhação a que estavam expostas denotava o abandono absoluto a que estavam submetidas. Nenhum agente do Conselho Tutelar ou de outra entidade competente, muito menos do governo, a zelar por essas crianças. É que as autoridades públicas preferem investir em estádios, aquários, jardins japoneses, micaretas, festas outras extravagantes com o dinheiro público do que cuidar dos eternos abandonados da nossa sociedade. Uma vexatória opção que depõe contra todos e resvala de certa forma no hospitaleiro fortalezense que não é o responsável direto, mas que tem uma parcela mínima de culpa ao calar diante desta triste realidade. É o escabroso “silêncio dos bons” ao qual aderimos por habituados!
Em busca de eventos culturais e na expectativa de assistir a um bom espetáculo dirigi-me ao Centro Cultural Dragão do Mar. Qual quê! Quedei a contemplar um joguinho de capoeira aqui, um “hip-hop” mal dançado ali e grupinhos de jovens, maioria vestindo preto – cor predileta das “tribos”, deduzi. Jovens de comportamento que entre eles normal, mas para muitos presentes, que de outros tempos, um tanto de gosto extravagante. Adiante, grupos de meninas, menores, portando litros de vinho (aparentemente) entornavam o estranho líquido sem cerimônia enquanto algumas rolavam abraçadas na grama umedecida pelo sereno. Notadamente estavam alteradas pelo consumo daquele produto. Não percebi consumo de outras drogas. Umas, aos beijos entre si, o que não é mais de se estranhar, pois basta que liguemos as nossas TVs que o beijo entre o mesmo sexo já é aceito. Mas já tão precocemente?... “Meu Deus, como é que pode!!!”, foi o que mais ouvi dos não afeitos, que abismados se entreolhavam enquanto eu permeava entre eles a observá-los. Para mim, novos tempos, nada a reprovar. Que vivam e amem! De espetáculo cultural mesmo nada de interessante e, sem motivação, retornei ao hotel.
Dia seguinte, ainda no período de férias e com número considerável de turistas a transitar pelas ruas e avenidas da orla quando, por volta de 10h30min, com o sol quase a pino, percebi um grupo de crianças da mais tenra idade, descontraídas e postadas na calçada próxima a um cruzamento na Avenida da Abolição. Ao sinal fechado duas delas – uma com cerca de cinco e outra com sete anos, quando muito – permaneciam (foto): uma agachada de joelhos e a outra sobre ela a fazer malabarismo e a mendigar gorjetas dos motoristas que paravam e contemplavam gesticulando a cabeça em desaprovação quase unânime. Cena chocante! Além do risco e da humilhação a que estavam expostas denotava o abandono absoluto a que estavam submetidas. Nenhum agente do Conselho Tutelar ou de outra entidade competente, muito menos do governo, a zelar por essas crianças. É que as autoridades públicas preferem investir em estádios, aquários, jardins japoneses, micaretas, festas outras extravagantes com o dinheiro público do que cuidar dos eternos abandonados da nossa sociedade. Uma vexatória opção que depõe contra todos e resvala de certa forma no hospitaleiro fortalezense que não é o responsável direto, mas que tem uma parcela mínima de culpa ao calar diante desta triste realidade. É o escabroso “silêncio dos bons” ao qual aderimos por habituados!
Fonte: J. Hildeberto Jamacaru de AQUINO
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