O túnel era escavado de dentro de uma quitinete vizinha a penitenciária.
Moradores suspeitaram dos barulhos no imóvel e fizeram a denúncia
Um plano de fuga para libertar detentos da 'Penitenciária Central do Estado', em Cuiabá, foi descoberto pela Agência Central de Inteligência da Polícia Militar de Mato Grosso (Daci) durante uma investigação que foi iniciada por meio de denúncias anônimas. Dentro de uma quitinete no bairro Jardim Industriário começava a ser escavado um túnel que, quando concluído, seria ligado à área interna da unidade de segurança. Suspeita-se que a escavação tenha iniciado nos últimos dez ou 15 dias.
O tenente PM Otoniel Gonçalves Pinto, chefe de operações da Diretoria da Agência Central de Inteligência da PM, explica que o túnel foi descoberto em uma quitinete a cerca de 30 metros do muro da penitenciária. "Tínhamos a informação que haveria gente construindo um túnel para fuga em massa”.
Segundo ele, na denúncia anônima moradores disseram ter ouvido barulhos de piso sendo quebrado. Por volta das 10h30 deste domingo (14), quando estiveram na residência os policiais militares identificaram um buraco ainda em fase inicial com aproximadamente meio metro de profundidade. As ferramentas usadas na escavação foram apreendidas, como furadeira, picareta, alavancas.
A polícia ainda não sabe qual região da Penitenciária Central o túnel se conectaria. No entanto, os policiais acreditam que o buraco poderia chegar ao raio de número cinco, onde estão os presos considerados de maior perigo, devido à proximidade com o imóvel. Nenhuma pessoa foi encontrada no local.
As suspeitas da Polícia Militar da capital, baseada na denúncia de moradores, levam as autoridades a estimarem que há pelo menos três meses o imóvel foi alugado. O túnel começou a ser escavado dentro do quarto da quitinete. "Com o número de pessoas que trabalhavam no túnel e pela disponibilidade de equipamentos poderiam levar entre 15 a 20 dias para chegar até a penitenciária", salientou o tenente PM, Otoniel Gonçalves Pinto.
A Penitenciária Central, antigo Presídio Pascoal Ramos, já se tornou palco de vários incidentes. Em 20 de junho o agente prisional Weslei da Silva Santos, 24 anos, foi morto durante um motim na unidade. O jovem foi atacado por três presos durante uma transferência de rotina. Weslei levava reeducandos do Raio três para uma sala da defensoria pública quando foi rendido e morto. Teria sido atingido por golpes de chuços, que são armas artesanais feitas pelos próprios presos da unidade. O motim só encerrou após intervenção da Polícia Militar, que baleou os detentos, encaminhados em seguida para o Pronto Socorro da capital.
Condições ruins
Inspeções realizadas pelo Poder Judiciário na Penitenciária Central até o último mês de julho conferiram ao estabelecimento o status de 'ruim'. Dados do Conselho Nacional de Justiça mostram que a unidade possui lotação atual masculina de 1.930 detentos. Do universo geral de presos, 1.209 ainda esperam por julgamento de acordo com a justiça. Os números podem apresentar variação quando comparados com os do setor de segurança de Mato Grosso.
Inspeções realizadas pelo Poder Judiciário na Penitenciária Central até o último mês de julho conferiram ao estabelecimento o status de 'ruim'. Dados do Conselho Nacional de Justiça mostram que a unidade possui lotação atual masculina de 1.930 detentos. Do universo geral de presos, 1.209 ainda esperam por julgamento de acordo com a justiça. Os números podem apresentar variação quando comparados com os do setor de segurança de Mato Grosso.
Denúncias
A Polícia Militar da capital disponibilizou telefone 0800-953939 para que a população possa fazer denúncias anônimas, sem necessitar identificar-se, e contribuir com o serviço policial. "É um serviço que vem contribuindo para elucidar vários crimes e atividades criminosas. Neste domingo, conseguimos evitar uma fuga graças a ele", lembrou o policial militar.
A Polícia Militar da capital disponibilizou telefone 0800-953939 para que a população possa fazer denúncias anônimas, sem necessitar identificar-se, e contribuir com o serviço policial. "É um serviço que vem contribuindo para elucidar vários crimes e atividades criminosas. Neste domingo, conseguimos evitar uma fuga graças a ele", lembrou o policial militar.
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