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sábado, 15 de outubro de 2011

Mulheres casadas de classe média se prostituem para pagar dívidas



 Mulheres casadas de classe média se prostituem para pagar dívidas


É uma das consequências da crise económica e do agravamento do desemprego. O número de prostitutas nas ruas e em apartamentos está aumentando assustadoramente em Portugal, sobretudo de mulheres casadas, entre os 30 e os 40 anos, e com filhos.

"Tem, de fato, aumentado muito o número de mulheres casadas na prostituição, que encontram nesta atividade a última e desesperada saída para o pagamento das suas contas e, quantas vezes, para dar de comer aos filhos", disse Inês Fontinha, presidente da Associação Ninho, sublinhando que "na esmagadora maioria dos casos, os maridos não sabem que as suas mulheres se prostituem". Segundo Inês Fontinha, em causa está "uma situação terrivelmente preocupante", uma vez que "as novas prostitutas são mulheres de classe média que perderam o emprego e que se encontram atoladas em dívidas".

O aumento da prostituição têm-se verificado sobretudo na rua e nos apartamentos, mas também nos chamados bares e clubes noturnos, nas maiores cidades do País, como Lisboa, Porto, Setúbal, Coimbra, Aveiro e Braga.

"PARA DAR DE COMER AOS MEUS FILHOS"

Alzira (nome fictício) tem 37 anos, é casada e mãe de três filhos menores. contadora de profissão, tinha uma casa e dois carros de alta cilindrada. Em 2008 ficou desempregada. O mesmo aconteceu com o marido, um ano depois.

Ficou sem a casa e sem os carros por não conseguir pagar os créditos. A família vive agora num pequeno apartamento mas, esgotadas todas as ajudas da família e dos amigos, não viu outra saída senão a prostituição. "Vendo-me para dar de comer aos meus filhos" diz, acrescentando que vive "triste, escondida e amargurada".

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