A partir desta segunda-feira, 69.356 moradores do Rio de Janeiro abrirão suas janelas sem o risco de ver filhos vítimas de balas perdidas, adolescentes aliciados pelo tráfico de drogas e mais sangue derramado em uma moderna e trágica reedição do cangaço na Zona Sul da cidade. De hoje em diante, segundo a promessa firmada pelo secretário de Segurança José Mariano Beltrame, a mais populosa favela do Rio rasga para sempre a imagem da cidadela regida por leis ditadas por um bandido que se autointitulava “mestre” e volta aos braços do Rio de Janeiro. Com a entrada definitiva da polícia, a Rocinha deixa o gueto e se torna legitimamente carioca.
Até a humilhante prisão no porta-malas de um carro, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, pensava que estaria acima da lei. Domingo, 6 de novembro, já passava das 23h. Um grupo de 30 homens armados, comandados por Nem avançava por ruas e vielas da comunidade da Rocinha. O chefão deixou seus 30 homens para trás e entrou em uma lanchonete, onde encontrou o pastor Marcos Pereira, da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias.
Depois de alguns minutos de conversa, o traficante tirou o boné e se ajoelhou, enquanto o pastor, de mãos estendidas, fazia uma oração, pedindo que ele se entregasse à polícia. Segundos depois, os homens do lado de fora deixaram as armas e, de mãos dadas, oravam com o pastor e Nem.
— Pedi para Deus libertá-lo da maconha, do cigarro, da cocaína e das armas de fogo. Pedi para que se entregasse, mas ele (Nem) disse que precisava de uma espécie de anistia. Não vou desisitir. Tirei mais de sete mil pessoas do crime — pregou o pastor.
O que Nem chamava de anistia, na verdade, era regalia. O bandido não queria cumprir pena fora do Rio, em presídios de segurança máxima, e não admitia ouvir falar em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), no qual o detento passa 22 horas do dia isolado numa cela solitária, sem jornais ou televisão. O pastor Marcos Pereira não foi o único que tentou intermediar um acordo. O AfroReggae negociou diretamente com o bandido, enquanto policiais tentavam costurar uma rendição com advogados de Nem.
As exigências não foram nem sequer analisadas pelo governo. Horas antes da prisão de Nem, o governador Sérgio Cabral comentou com assessores: "Se um bandido quiser se entregar, ele que vá na delegacia mais próxima, entregue as armas e responda pelos crimes. Não tem outro jeito". Como Beltrame estava no exterior, as conversas com o governador foram por telefone. Numa delas, o secretário especulou sobre uma possível reação do bando de Nem. "Se reagir, será o último enfrentamento da vida dele", encerrou Cabral. Horas depois, o bandido foi preso como um embrulho dentro de um porta-malas de um carro.
Fonte: Extra
Até a humilhante prisão no porta-malas de um carro, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, pensava que estaria acima da lei. Domingo, 6 de novembro, já passava das 23h. Um grupo de 30 homens armados, comandados por Nem avançava por ruas e vielas da comunidade da Rocinha. O chefão deixou seus 30 homens para trás e entrou em uma lanchonete, onde encontrou o pastor Marcos Pereira, da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias.
Depois de alguns minutos de conversa, o traficante tirou o boné e se ajoelhou, enquanto o pastor, de mãos estendidas, fazia uma oração, pedindo que ele se entregasse à polícia. Segundos depois, os homens do lado de fora deixaram as armas e, de mãos dadas, oravam com o pastor e Nem.
— Pedi para Deus libertá-lo da maconha, do cigarro, da cocaína e das armas de fogo. Pedi para que se entregasse, mas ele (Nem) disse que precisava de uma espécie de anistia. Não vou desisitir. Tirei mais de sete mil pessoas do crime — pregou o pastor.
O que Nem chamava de anistia, na verdade, era regalia. O bandido não queria cumprir pena fora do Rio, em presídios de segurança máxima, e não admitia ouvir falar em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), no qual o detento passa 22 horas do dia isolado numa cela solitária, sem jornais ou televisão. O pastor Marcos Pereira não foi o único que tentou intermediar um acordo. O AfroReggae negociou diretamente com o bandido, enquanto policiais tentavam costurar uma rendição com advogados de Nem.
As exigências não foram nem sequer analisadas pelo governo. Horas antes da prisão de Nem, o governador Sérgio Cabral comentou com assessores: "Se um bandido quiser se entregar, ele que vá na delegacia mais próxima, entregue as armas e responda pelos crimes. Não tem outro jeito". Como Beltrame estava no exterior, as conversas com o governador foram por telefone. Numa delas, o secretário especulou sobre uma possível reação do bando de Nem. "Se reagir, será o último enfrentamento da vida dele", encerrou Cabral. Horas depois, o bandido foi preso como um embrulho dentro de um porta-malas de um carro.
Fonte: Extra
Blog da Força Tática
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