Josenildo Correia da Silva, de 48 anos, paraibano de Guarabira não é visto desde a última quarta-feira (6). Ele participava de um expedição com outros brasileiros para tentar atingir o cume do monte Aconcágua, que tem 6.972 metros de altitude, localizado na Argentina. Confira na íntegra a reportagem de "O Globo Online"
Brasileiro que escalava monte Aconcágua está desaparecido.
Paraibano não é visto desde a última quarta-feira, segundo Itamaraty
Brasileiro que escalava monte Aconcágua está desaparecido.
Paraibano não é visto desde a última quarta-feira, segundo Itamaraty
Josenildo Correia da Silva tentava chegar ao topo do Aconcágua, na Argentina, com grupo de brasileiros. Na foto, de 2005, ele mostra bandeira na montanha. Arquivo pessoal / Reprodução |
SÃO PAULO - Um brasileiro que tentava escalar o monte Aconcágua, na Argentina, está desaparecido, de acordo com o consulado brasileiro em Mendoza. Josenildo Correia da Silva, de 48 anos, não é visto desde a última quarta-feira, segundo informações dadas por autoridades argentinas ao Itamaraty. Equipes de resgate da Argentina relataram dificuldades para realizar as buscas, devido ao mau tempo na região, onde está chovendo e ventando muito.
Josenildo participava de uma expedição com outros quatro brasileiros para tentar atingir o cume do monte. Como os outros brasileiros desistiram de completar o percurso, Josenildo seguiu sozinho para o topo. O Aconcágua, que tem 6.972 metros de altitude, é o segundo monte mais alto do mundo, atrás apenas do Himalaia.
Segundo Paulo Cesar Bussamara, um paulista que integrava o grupo de Josenildo, os brasileiros foram desistindo aos poucos da aventura, devido ao frio extremo, cansaço e às péssimas condições climáticas, que chegaram a carregar a barraca e saco de dormir de um deles.
O último brasileiro do grupo a ver Josenildo foi o paulista Ademir Silva, de 43 anos. No dia 4 de março, Ademir e Josenildo saíram do acampamento chamado “Berlim”, que fica a 5930 metros de altitude. Porém, depois de dez horas caminhando, Ademir desistiu e resolveu voltar, devido ao frio. Segundo Bussamara, na parte baixa da montanha a temperatura à noite chagava a 17 graus negativos e em outras trechos poderia atingir 30 graus negativos.
— Depois disso, o Josenildo seguiu sozinho. Após dez horas sem notícias dele, acionamos a patrulha de resgate do Aconcágua. Soubemos que outros alpinistas estrangeiros ainda o viram descendo do cume depois disso, mas até agora ele não foi encontrado — disse Bussamara.
Segundo Bussamara, na última vez que o grupo viu Josenildo, ele parecia estar bem de saúde.
Ademir e outro paulista que integrava a expedição, Alberto Heldt, prestaram depoimento às autoridades argentinas e chegam ao Brasil no fim da tarde deste domingo.
Esta é a terceira vez que Josenildo, paraibano da cidade de Guarabira, tenta chegar ao topo do Aconcágua. Nas outras duas vezes ele não teve sucesso. Em 2004, ele chegou a ficar com os dedos congelados ao tentar alcançar o cume do Aconcágua e teve que ser resgatado por um helicóptero. O paraibano começou a praticar o esporte há oito anos e há dois anos também tentou atingir o topo do Elbrus, monte na Rússia.
— Ele disse que ia tentar o cume, mas disse que sabia o limite do corpo dele. O sonho dele era atingir o Aconcágua. Ele só estava com comida para um dia. E está desaparecido há muitos dias. Eu tenho esperança, mas ao mesmo tempo estou angustiada por não saber o que aconteceu — conta a mulher de Josenildo, Alessandra Pereira.
Josenildo, que é gerente de uma distribuidora de bebidas em Guarabira, conheceu os outros brasileiros que foram com ele para o Aconcágua — três paulistas e um mineiro — pela internet. Ele esperava estar de volta ao Brasil no dia 8 de março.
Bussamara quer que as autoridades argentinas se empenhem mais no resgate.
— Eles dizem que está difícil fazer as buscas, mesmo com o helicóptero. Temo que não consigam achar o Josenildo. A partir do dia 20 de março o parque do Aconcágua fica fechado para visitação e as buscas devem se encerrar — afirmou Bussamara.
O Itamaraty informou que o consulado brasileiro em Mendoza está dando todo auxílio necessário aos brasileiros e que acompanha o trabalho de resgate junto às autoridades argentinas.
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com O Globo Online
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