Ampliação da principal ligação entre o Atlântico e o Pacífico pode tornar o Estado um grande concentrador de cargas
Lá no Panamá, país localizado na América Central, um megaprojeto está sendo tocado, com orçamento de US$ 5,25 bilhões, e que vem sendo visto com grandes expectativas. Trata-se da abertura do chamado Canal do Panamá, que, com 81 quilômetros de extensão, liga o Oceano Atlântico ao Pacífico. O que parece alheio à realidade local, tanto do Ceará quanto do Brasil, na verdade, pode ser uma grande aposta para o setor portuário, e que abre oportunidades para que o Estado possa vir a se tornar um grande concentrador de cargas na região, e no País.
Como faz a ligação entre o Atlântico e o Pacífico, o Canal do Panamá está entre as principais rotas para as transações comerciais do mundo. A travessia pelo canal é a mais interessante, por exemplo, para cargas que venham da China, hoje principal parceira comercial do Ceará, para a costa leste brasileira.
A passagem, entretanto, tornou-se inviável para grandes embarcações, para os navios chamados de Pós-Panamax, ou seja, aqueles que já não passam mais pelo canal. E é com vistas nessa realidade que se foca o megaprojeto, que pretende expandir o canal até o final de 2014.
O Canal do Panamá hoje é formado por duas linhas de navegação equipadas com eclusas, que funcionam como uma espécie de elevador para navios.
O programa prevê a instalação de um terceiro jogo de eclusas, assim como novos leitos fluviais de navegação e alargamento dos já existentes. Também está em obras o aprofundamento do "Corte de Culebra", que é o canal de navegação mais estreito, e do lago Gatún, que fica próximo ao Atlântico.
Com isso, o canal passará a uma capacidade de movimentação de 16 mil navios, um aumento de 14% a 19% em relação ao fluxo atual. O mundo está de olho nisso. E o Ceará também.
SÉRGIO DE SOUSA – DIÁRIO DO NORDESTE