Uma sessão especial foi realizada na Câmara Municipal de Araçagi na tarde desta sexta-feira (20) em homenagem a ex-conselheira tutelar Maria Gomes Barbosa da Silva, conhecida como Genilza, que foi assassinada há quatro anos no exercício das suas funções em um caso de comoveu a região. A sessão também serviu para o I Encontro das Atribuições do Conselho Tutelar.
Diversas personalidades e populares se fizeram presentes na Câmara Municipal para prestar sua homenagem à memória de Genilza, como os atuais conselheiros tutelares de Araçagi; representantes da justiça; as conselheiras guarabirenses Gláucia Gomes e Jussara Maria; o ex-prefeito José Alexandrino (Didi Braz); a delegada da mulher; Matilde Monteiro; e a família da homenageada, que, inclusive, tem o vereador presidente da Câmara Melquezedek Gomes Barbosa como irmão da mesma.
As palavras dos que compuseram a mesa afloraram as emoções dos presentes. Diversas referências a honra, garra, força e saudades de Maria Gomes foram feitas durante os pronunciamentos. A necessidade de qualificação e experiência profissional para os conselheiros tutelares através dos poderes públicos foi destacada, já que essa é uma classe considerada esquecida, e sequer tem direitos trabalhistas igualitários perante o restante da sociedade. Também foi frisado que os integrantes de conselhos tutelares devem ter prudência e acompanhamento policial mais constante, pois correm sempre perigo de vida.
Na pessoa de Genilza foi lembrado o desafio que é ser conselheiro: muitas vezes abdicar da própria família para cuidar de outras. Por vezes realizando tarefas que competem a outras autoridades, sofrer ameaças, e por fim não ter apoio e reconhecimentos devidos.
Um banner com uma mensagem e uma imagem de Genilza foi entregue a família da mesma, e um segundo ficará exposto na sede do Conselho Tutelar de Araçagi. A conselheira guarabirense Gláucia Gomes disse durante seu depoimento que está lutando pelo Dia Municipal do Conselheiro, também em homenagem a memória de Genilza.
No final dos pronunciamentos foi feita uma apresentação do artista araçagiense “Carlinho Violeiro” que declamou versos do livreto “Vida e Morte de Genilza”, que faz a trajetória de vida da homenageada. Em silêncio, os espectadores acompanharam emocionados a apresentação, e, enquanto isso, uma das filhas de Genilza, Cleiciane, entregava rosas brancas a todos. Durante toda a sessão a mãe de Genilza, Severina Gomes Barbosa, ao lado de seu esposo, Genival Pedro Barbosa, chorava contidamente.
Relembre o caso
Em 22 de abril de 2008, por volta do meio-dia, Maria Gomes Barbosa, popularmente conhecida como “Genilza”, então com 37 anos, está envolvida em uma ocorrência com uma família da zona rural de Araçagi, quando tenta buscar os pertences do filho do casal Zizo e Diana, na casa daquele. O casal está separado há alguns meses, porém o homem não aceita o divórcio. Ao chegar a residência de Zizo, acompanhada da ex-esposa dele e de outros integrantes do conselho, Genilza é esfaqueada pelo indivíduo e vem a óbito, o acusado também desfere golpes contra outro conselheiro que fica apenas ferido.
Genilza era natural do Sítio Cuité do Menino Deus, Araçagi, e primogênita de sete irmãos. Ela deixou três filhos, sendo um menino e duas meninas.
Segundo informações, o acusado conseguiu ficar em liberdade alegando problemas mentais.