A chamada mão de milho, com 50 espigas, está custando, em média, R$ 25 na Ceasa. Apesar das perdas com a falta de chuva, Ceasa diz que não faltará o produto
A estiagem vai deixar uma parte do São João mais caro. A mão de milho com 50 espigas do produto – estava sendo comercializada ontem por um preço médio de R$ 25 na Ceasa. “Isso representa um aumento de 108% sobre o valor da venda realizada na mesma época do ano passado, quando a média era R$ 12”, disse o diretor técnico operacional da Ceasa, Paulo de Tarso.
Na Ceasa, o milho mais barato estava sendo comercializado por R$ 20 e o mais caro por R$ 28. “O mais caro é o de melhor qualidade. No entanto, o mais vendido ontem foi o do preço médio”, conta Paulo.
Do milho produzido no Estado, cerca de 30% dependem das chuvas para chegar a colheita e 70% estão em áreas irrigadas. A seca atingiu totalmente o milho de sequeiro, cultivado onde não há irrigação. “Para colher o milho de sequeiro, deveria ter chovido em março, o que não ocorreu”, comenta.
A estiagem também fez estrago nas propriedades que irrigam o produto, porque os açudes passaram a ter menos água. A alteração nas chuvas resultou, até agora, em 20% de milho a menos na Ceasa do que no mesmo período de 2011.
“Não vai faltar milho para o São João. Vai ter uma quantidade menor, mas o milho está garantido”, conta Paulo. Os produtores pernambucanos já chegaram a ser responsáveis por até 90% de todo o milho verde consumido no Estado nos meses de maio e junho.
Geralmente, o custo do milho aumenta com a proximidade do São João. “A nossa expectativa é que mão do milho mais cara chegue a ser vendida na Ceasa por até R$ 30 nos dias que antecedem o São João e a média varie entre R$ 20 e R$ 25” , estimou Paulo de Tarso.
Para este ano, a expectativa é que 20% do milho verde consumido em Pernambuco venha de outros Estados, como Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba.
Em Pernambuco, o milho é cultivado nos seguintes municípios: Ibimirim, Barra de Guabiraba, Gravatá, Bonito, Camocim de São Félix, Pombos, São Joaquim do Monte, Passira, Vitória de Santo Antão e Chã Grande.
Os dois últimos municípios ficam na Zona da Mata e os demais estão localizados no Agreste, região que sofre com os efeitos da estiagem, embora ela esteja mais forte no Sertão.
O maior consumo de milho verde no Estado ocorre na última semana de maio e vai até o final de junho devido aos festejos juninos. Somente na Ceasa, são comercializadas cerca de 15 milhões de espigas nestes dois meses.
No começo deste mês, a mão de milho estava sendo comercializada, em média, por R$ 12 na Ceasa.
JConline