Ana Paula é acusada de mandar assassinar Dalmi Filho |
"A princípio, ela não queria matá-lo e, sim, assustá-lo. Ela pode até ter armado toda a confusão, mas não tinha intenção de assassiná-lo", disse Marconi. O crime aconteceu no dia 22 de dezembro de 2012, na cidade de Santa Rita, região metropolitana de João Pessoa.
Os advogados também defenderam que Paulinha, como era conhecida, não era nem homossexual, nem psicopata. "Algum culpado pelo crime tem. Queremos apenas provar que Ana Paula não tinha intenção de matar o modelo, apenas dar um susto, tanto que autorizamos a escuta telefônica dela", revelou Camila Santana.
Além de Ana Paula, outras três pessoas foram presas: Mateus Alves da Silva, Júlio César 'Adauto' e André Pedro da Silva. Todos os envolvidos tiveram as prisões decretadas pela Justiça Criminal de Santa Rita.
“O André (emprestou a arma do crime) e Adauto (assassino) foram presos em flagrantes, mas não por envolvimento no crime de Dalmi. Eles tinham mandados de prisões por outros crimes. Quando prendemos Ana Paula e Mateus Alves fechamos e cerco e constatamos a participação dos outros dois no homicídio”, confirmou o delegado Pedro Ivo, informando que os homens estão presos no Presídio do Roger e Ana Paula no Presídio Júlia Maranhão.
Prisões
Na manhã da última quinta-feira (10), a Polícia Civil da Paraíba desvendou o assassinato e chegou a conclusões supreendentes. A primeira delas foi de que a morte de Dalmi Barbosa Filho, foi contratada por Ana Paula Teodósio de Carvalho (conhecida como Paulinha), 27 anos, que nutria uma amor obsessivo e não correspondido pela noiva do modelo, Raquel Teófilo Sousa.
Para execução do crime, Ana Paula teria prometido R$ 500 a um amigo, de nome Mateus, que, por sua vez, pediu ajuda a um traficante de drogas para a execução do modelo. Mateus devia R$ 400 a Ana Paula e teria prometido R$ 100 ao traficante. Sem um revólver para o crime, o traficante de drogas identificado como Júlio César 'Adauto' pediu emprestado a arma um homem identificado como André Pedro da Silva (segurança de um estabelecimento comercial na Capital), que também está preso.
A Polícia afirma que não tem dúvida que o crime foi passional. A mandante do assassinato foi considerada 'psicopata' pelos delegados do caso. “O inquérito está fechado. Felizmente foi desvendado este crime misterioso desse rapaz evangélico, tranquilo e sem envolvimento com drogas. A mentora foi uma psicopata que achava que namorava com a noiva da vítima”, salientou o delegado de Homicídios Pedro Ivo.
Mateus Alves da Silva era amigo de infância de Ana Paula e teria aceitado participar do crime para liquidar a dívida de R$ 400. O traficante Júlio César Xavier aceitou executar o modelo por R$ 100. André Pedro da Silva, que teria emprestado o revólver, era apenas amigo de Mateus.
A noiva, Raquel Teófilo Sousa, em entrevista exclusiva a TV Correio (afiliada da Record na capital paraibana), revelou que Paulinha foi quem lhe apresentou ao modelo. Ela contou que a mandante do crime demonstrava ciúmes do casal. Chegou a dizer que não suportaria ver os dois juntos. Dalmi e Raquel decidiram se afastar de Paulinha, por conta dessas ameaças.
O casal frequentava uma igreja evangélica há mais de dois anos. Raquel Teófilo Sousa contou ainda que Ana Paula chegou a declarar o seu amor por ela, mas garantiu que nunca teve qualquer envolvimento com a acusada. Disse ainda que as duas já tiveram uma luta corporal.
Após receber uma ameaça de morte, Raquel contou a obsessão de Paulinha ao namorado, que alertou que foi à Polícia e registrou um boletim de ocorrência. A noiva revelou ainda que o modelo recebeu uma mensagem anônima por celeluar: "O seu casamento não vai acontecer. Vai haver choros e vai haver dores", dizia o texto.
O registro foi na 11ª Delegacia Distrital do bairro do Valentina Figueiredo, na zona sul da Capital. Dalmi e Raquel prestaram queixa contra a acusada, por invasão do apartamento de Raquel, após dizer que queira presentea-la com um gato de estimação.
Mente doentia
Ana Paula Teodósio de Carvalho, segundo a Polícia, admitiu ser homossexual e que teria fantasiado um relacionamento com a noiva da vítima. Ela teria oferecido vários presentes a Raquel Teófilo Sousa, há alguns meses antes do crime, entre eles um iPhone e uma promessa de emprego fixo. Ana Paula se diz uma pessoa "muito articulada nos meios político, judiciário e policial".
O crime
O crime foi articulado há meses pela mentora. O quarteto tentou matar a vítima três vezes, mas nunca o encontravam. No último dia 22 de dezembro, o crime foi consumado. Mateus foi à academia que a vítima frequentrava. Quando Dalmi voltava à sua residência, que ficava a 400 metros da academia, ele foi abordado pelo trio que chegou em um Siena, de cor prata, que a Polícia descobriu pertencer à mandante. O crime aconteceu na rua José Vitelino da Rocha, na cidade de Santa Rita (a 11 quilômetros da Capital).
A vítima foi atingida com três tiros - sendo um no braço e dois na cabeça. O Serviço de Atendimento Móvel Urbano (Samu) ainda chegou a ir ao local, mas encontrou a vítima morta. Os bandidos fugiram levando apenas o celular de Dalmi.
A Polícia ainda descobriu que os acusados, após o crime, devolveram o veículo de Paulinha na praça do Coqueiral, no bairro de Mangabeira, em João Pessoa. Ana Paula chegou a sustentar para a Polícia que no momento do crime estava em um dentista. O álibi não se sustentou.
A operação para prender o quarteto foi denominada “Operação Castor” em alusão a mulher americana, Stacey Castor, que foi presa em 2007 por matar dois maridos.
Da Redação com Portal Correio