Apesar de uma proibição, protesto foi em frente a palácio do governo.
Dezenas de milhares foram às ruas; novamente, ato acabou em confrontos.
Os estudantes chilenos voltaram a desafiar o governo nesta quinta-feira (14) e realizaram uma grande marcha pelas ruas de Santiago, em defesa do fortalecimento da educação pública. Os participantes voltaram a passar pelo palácio do Governo, apesar de uma proibição.
Pela terceira vez em menos de um mês, milhares de estudantes, professores, pais e crianças ocuparam várias quadras da Avenida Alameda, no centro da capital, numa manifestação colorida, e que, tal como aconteceu nas outras duas vezes, acabou em confrontos com a polícia.
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Segundo as autoridades, a passeata reuniu 30 mil pessoas; para os organizadores, a participação chegou a 80 mil.
Ao contrário das manifestações de 14 e 30 de junho, não havia autorização oficial para passar diante da sede do governo.
A convocação foi feita por líderes da Confederação de Trabalhadores do Chile (Confech) e do Colégio de Professores, com concentração prevista na 'Plaza Italia'.
Confrontos
Quando a marcha já estava bem avançada, longe do palácio presidencial, foram registrados confrontos, com a polícia usando gás lacrimogêneo e jatos d'água. Os manifestantes responderam com pedradas e paus.
Quando a marcha já estava bem avançada, longe do palácio presidencial, foram registrados confrontos, com a polícia usando gás lacrimogêneo e jatos d'água. Os manifestantes responderam com pedradas e paus.
Ainda não se sabe o número oficial de detidos, mas um agente ficou gravemente ferido na explosão de um coquetel Molotov.
Segundo o subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, "eles estão brincando com fogo. A marcha não foi autorizada", assinalou.
"Vimos os líderes numa posição intransigente. Os estudantes têm que compreender que a rua não é só deles", afirmou por sua vez a porta-voz oficial do Executivo, Ena von Baer.
"Convocamos [os participantes] há dias para a manifestação na 'Plaza Italia'. Não entendemos por que tentaram mudar o nosso ponto de encontro. Isso para nós representa uma dificuldade tremenda", explicou o líder estudantil Giorgio Jackson.
Segundo ele, a multidão defendeu o fortalecimento da educação pública, num país que prevê um crescimento de mais de 6% para este ano, mas onde o Estado tem um papel secundário no sistema educativo, herdado da ditadura de Augusto Pinochet, que reduziu para menos da metade o aporte público à educação.
A manifestação foi convocada 10 dias depois de o presidente Sebastián Piñera propôr um "grande acordo nacional da educação", que inclui um fundo de US$ 4 bilhões, mas que, segundo os estudantes, não trará uma reforma profunda para o sistema, tal como eles desejam.
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